Direção do Sindicato dos Jornalistas volta as costas para a categoria

A atual diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina se elegeu ano passado sob um discurso de renovação e mudança. Os candidatos do MOS prometeram uma grande revolução no Estado. Pouco mais de seis meses de gestão já é possível perceber as reais intenções desta turma.

Com as negociações emperradas... desde maio, a diretoria do Sindicato voltou totalmente as costas para a categoria. Não há informações sobre a campanha salarial. Procurados para esclarecer o assunto, dirigentes sindicais se calam. Alguns deles dizem que não são sindicalistas ou que não fazem parte da chapa que venceu a eleição.

Após cobranças e pressões, o SJSC emitiu um comunicado sexta-feira à noite para informar o que já se sabe. Anunciaram ainda uma reunião para sábado, 28, para discutir a contraproposta patronal. Se as negociações estão paradas há mais de dois meses, por que se reuniram somente agora?!

Em Blumenau, onde a chapa venceu sob o argumento de que ampliaria a representação, com quatro nomes, a desinformação reina.

No Sul do Estado, os dirigentes não apareceram mais depois da eleição, como era de se esperar. No Oeste, inauguraram um "escritório" regional que ninguém sabe para o que serve.

No Norte de SC, depois de pífias incursões, o principal dirigente abandonou a categoria para concorrer na eleição de outubro.

No Planalto, parece ter ocorrido um milagre de uma hora para outra, pois nada mais se ouve das ações contra empresas da região que sempre exploraram colegas jornalistas.

Não se ouve mais falar do sindicato, muito menos em campanha salarial. Nem mesmo o site recebe atualizações regulares. Os jornalistas do sindicato sequer sabem se comunicar com a categoria e com a sociedade. O resultado é uma categoria completamente desmobilizada e desinformada, e uma direção que não sabe para onde ir.

É tamanha a vontade de não dizer as coisas para os jornalistas catarinenses que a direção do Sindicato sequer comunicou que um dos seus principais diretores é candidato a prefeito na maior cidade de Santa Catarina, assim como não publicou o pedido de afastamento desse candidato.

Não fala nisso e parece estar alheia até mesmo ao mundo. Senão ao menos faria uma matéria para o seu site para dizer que este diretor candidato enfrenta outro jornalista também candidato a prefeito.

A categoria gostaria de ver essas coisas serem ditas. Afinal de contas, não foram esses que estão no Sindicato hoje que diziam que a diretoria anterior é que tinha partido?

Enquanto isso, os colegas jornalistas permanecem desinformados sobre a campanha salarial e sobre as ações do Sindicato contra as empresas exploradoras, uma vez que não há informações. Quem está nas redações sofre na pele as investidas patronais.

Um dos casos que pode ser citado é a recém-inaugurada unidade da RBS em Itajaí, o Sol Diário – novo site e caderno impresso do grupo no litoral, onde 14 profissionais vão atuar e os fotógrafos acumularão a função de motoristas.

É o triunfo mais uma vez dos empresários da comunicação em detrimento dos trabalhadores. Mas o Sindicato dos Jornalistas parece desconhecer o caso, pois nada fala a respeito.

Neste cenário, o que mais se ouve é o descrédito dos profissionais na instituição Sindicato. Sabemos da descrença da categoria com o nosso sindicato, mas também temos clareza de que o movimento sindical é construído pelos trabalhadores organizados e não por direções burocratizadas que transformam o sindicato em aparelho para partidos políticos.

Não podemos nos calar diante da necessidade da categoria em se organizar para garantir nossos direitos frente aos ataques dos patrões. Exija da direção sindical que represente de forma efetiva a base!

 Magali Moser - Blumenau

Assino Embaixo - Josemar Sehnem

Comentários

  1. Concordo com o texto acima. Siceramente esperava bem mais desta diretoria...afinal, "veio para revolucionar, não?"

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