Artigo da jornalista Elaine Tavares O sábado chorou, porque até a natureza sabia que o Bar do Chico era espaço coletivo, das gentes do Campeche. Mas, mesmo com chuva o povo foi para a praia levantar as bases de mais um momento de luta comunitária. Em meio à chuva, o velho bar voltou à vida. Chegou pelas mãos do artista-poeta Paulo Renato Venuto que, durante uma semana inteira investiu na re-criação do bar. Assim, enquanto a polícia espiava, pronta para intervir se acaso o povo quisesse levantar uma construção, os garotos chegaram com o bar pronto, em miniatura, um gesto poético que mostrou o quanto a força bruta jamais consegue deter a memória. Ali estava o bar com suas paredes pintadas, sua cerca treliçada de madeira, seu telhado, sua aura, seu jeito campechiano. Então, em volta dele se juntaram as gentes. Cada um disse sua palavra, falou do que significava tudo aquilo, do absurdo que era a prefeitura derrubar o bar e deixar todo um mundo de hotéis, condomínios e casas de ...