Terceirizados do TJSC têm direitos trabalhistas atacados
TJSC -Tribunal de Justiça de Santa Catarina Foto: Josemar Sehnem |
Uma série de irregularidades envolvendo as terceirizações no Tribunal de Justiça de Santa Catarina serão debatidas nesta quarta-feira (30/05), em Audiência Pública, solicitada pelo SINJUSC e pela deputada estadual Ângela Albino, (PCdoB) presidente da Comissão de Legislação Participativa. A audiência será realizada no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright da ALESC inicia às 9h.
Entre os casos, está um em que o Tribunal de
Justiça de Santa Catarina (TJSC) foi pelo menos conivente com a precarização de
relações de trabalho de cerca de 20 terceirizados nos últimos meses. A RBM
Soluções, como sede em São José, na Grande Florianópolis, não assinou a
carteira dos trabalhadores e os salários eram pagos em dinheiro, entregues
dentro de envelopes, nas dependências do Arquivo Central do Tribunal.
A terceirização envolvendo a RBM não é o único caso de
ataque a direitos trabalhistas no Tribunal catarinense. O Inquérito Civil
000384.2006.12.000/0-25, aberto em 2006 pelo Ministério Público do Trabalho em
Santa Catarina, apura esta e outras denúncias de irregularidades envolvendo
terceirizados e estagiários. Com cerca de mil páginas, iniciou com uma denúncia
anônima contra o Governo do Estado – Tribunal de Justiça e a intermediária de
mão-de-obra Plansul.
Desde fevereiro deste ano, o Sindicato dos Servidores do
Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (SINJUSC) aguarda resposta a um
pedido encaminhado para a presidência do TJSC sobre as denúncias de trabalhadores
da RBM. A solicitação foi transformada no processo administrativo
451.321.-2012.5. Até agora, a Diretoria de Documentação e Informação do
Tribunal disse apenas que entre janeiro e fevereiro de 2012 estavam no Arquivo
Central 52 trabalhadores da RBM. O contrato entre o TJSC e a RBM, no entanto,
previa 12.
Após as denúncias do SINJUSC, o Tribunal reduziu em 80% o
valor do repasse para a empresa. Até janeiro deste ano, a RBM recebia R$ 86 mil
mensais. A partir de então, recebe R$ 12 mil. O Sindicato requereu a
apresentação dos contratos de trabalho ao TJSC. Até hoje, está sem resposta.
Sem Carteira
Na página 384 do Inquérito Civil do Ministério Público do
Trabalho consta o depoimento de um trabalhador terceirizado. Ele conta que
trabalhou para a Plansul, na sede da empresa, sem carteira assinada por
“algumas semanas”. Depois, foi para o Tribunal de Justiça de Santa Catarina,
onde, durante o primeiro mês também sem carteira assinada, exerceu atividades.
A Plansul detém contratos milionários com diversos órgãos do Estado.
Audiência Pública
Todas as questões envolvendo a terceirização no Tribunal de
Justiça de Santa Catarina serão debatidas amanhã (30/05), em Audiência Pública,
solicitada pelo SINJUSC e pela deputada estadual Ângela Albino, que será
realizada no Plenarinho Deputado Paulo Stuart Wright da Assembléia Legislativa
pela Comissão de Legislação Participativa. A audiência inicia às 9h.
Autor: Rubens Lunge - Jornalista
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